quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Primeiras Impressões

Cheguei a Luanda dia 31 de Julho, passaram apenas três dias...
Depois de muito ler sobre o que poderia encontrar e com alguns receios, vou descobrindo o país que amplamente se descreve nos vários blogues que fui lendo, mas também um país de gente simpática, adaptada às carências que os rodeiam, um povo bonito, que apenas pode dar o que tem.
Em franco crescimento, pelo meio de estradas poeirentas que dizem tornarem-se um caos depois de chover os prédios sobem em altura faltando as infra-estruturas. Toda esta construção, alguma sem qualquer critério faz-me lembrar um pouco o nosso Algarve há uns anos atrás, como sempre, as potencialidades criam os apetites desenfreados e provocam os erros.
A minha forma de estar e a capacidade de adaptação que tenho ajuda-me a compreender este povo. Também eu já passei por muitas fases complicadas, sabendo dar o valor ao que já se conseguiu fazer por cá.
As crianças são muitas, cheias de trancinhas, que o tempo de ócio permite fazer sem grande stress, olho para elas e vejo-as felizes, muito unidas, os mais velhitos tomam conta dos mais pequenos, têm algum cuidado ao abordar-nos para pedir, e normalmente oferecem ajuda para ganhar cem paus como eles dizem, ou seja 100 Kuanzas (+/- 1 Dollar), para carregar o saco das compras ou ir levar os sacos do lixo ao contentor que aqui não abunda.
O acolhimento dos mais velhos é cordial, respeitoso e afável, pelo menos é isso o que tenho sentido. A forma como advertem as crianças para respeitar os mais velhos, para não o mexer nas coisas do super mercado ou para pedir desculpa quando simplesmente chocam com alguém, seria uma lição a dar a muitos dos papás em Portugal.
Sobre os organismos públicos, muita coisa tem sido escrita. Também eu já presenciei a famosa gasosa, numa espera propositada ao carro do estrangeiro. Dizem que está a mudar... Espero sinceramente que mude depressa.
Sobre o transito… é mesmo verdade, é caótico! Não sei mesmo se algum dia vou arriscar conduzir por cá, depois quase não há nomes de ruas, identificando-se os sítios por “ao pé da igreja”, do restaurante, ou de outro sítio qualquer que seja conhecido.
Vim com o tempo fresquinho, à noite está mesmo frio, dizem que há muitos anos não havia temperaturas assim, são as mudanças climatéricas que também se fazem notar aqui.
Apenas hoje dia 5 vou tentar publicar, porque apenas hoje consegui paciência para abrir a Net ... pois…paciência, muita paciência para quase tudo o que se faz por cá.
Ontem já não consegui publicar, a ver se hoje dia 6 isto se aguenta ;)

Um comentário:

  1. olá, fico feliz por já aí estar e pelo facto da adaptação estar a ser tão 'pacifica'. Eu vou para aí no dia 1 de Outubro e já começo a sentir alguma ansiedade. Já agora aproveito para perguntar uma coisa: uma vez que não conduz (eu acho que tb vou ser incapaz de o fazer aí) consegue andar á vontade a pé pelas ruas?

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